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BlackBerry vira queridinho no TikTok e simboliza nova era de 'detox digital' da geração Z 664x60

Celular que foi o ápice da tecnologia móvel nos anos 2000 volta aos holofotes entre os mais jovens 5y3e5l

12 jun 2025 - 16h15
(atualizado às 17h41)
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De forma quase silenciosa, os telefones BlackBerrys voltaram a circular entre adolescentes e jovens adultos norte-americanos como objetos de desejo. Vídeos de unboxing, personalização e uso diário desses aparelhos dos anos 2000, agora tratados como "vintage", somam milhões de visualizações. 4b145

O fenômeno acompanha um movimento mais amplo: a ascensão dos "dumbphones", celulares com funções básicas que ganharam espaço em meio ao cansaço com smartphones modernos. No ano ado, o relançamento do "tijolão" Nokia 3210 com sinal 4G e jogo da cobrinha em 3D já indicava que algo estava mudando — e que a simplicidade tecnológica podia, sim, voltar a ser cool.

BlackBerry Curve foi um dos modelos da companhia a fazer sucesso; eles voltaram à moda com a geração Z
BlackBerry Curve foi um dos modelos da companhia a fazer sucesso; eles voltaram à moda com a geração Z
Foto: Divulgação/BlackBerry / Estadão

Mas o caso do BlackBerry é ainda mais emblemático. Com seu teclado físico e interface funcional, ele representa uma época em que a comunicação era instantânea, mas não invasiva. Sem feeds infinitos nem notificações constantes, o aparelho remete a um tempo em que estar online não significava estar disponível o tempo todo — um equilíbrio que muitos jovens hoje tentam reencontrar.

Um dos vídeos mais populares, com 6,4 milhões de visualizações, diz: "Comprei um BlackBerry em 2025 porque meu iPhone está arruinando a minha vida". Na descrição do vídeo, a usuária justifica: "Meu vício em celular estava saindo do controle, estou tentando retomar minha vida." Outros comentam que o celular remete a "quando a vida era mais fácil".

@shozi_055

My phone addiction is getting way too out of hand, I'm trying to take my life back #fypviral?

original sound - NOLSTALGIC SOUNDS

Outra justificativa recorrente é a vontade de realizar o sonho de infância ou adolescência de ter um BlackBerry, no período em que o celular era o mais desejado de todos. "Todos os meus amigos tinham BlackBerry. Meus pais não podiam comprar um. Eu quero comprá-lo agora só para curar minha criança interior", comenta uma usuária no TikTok.

E o Brasil não ficou de fora. Apesar de o aparelho nunca ter sido tão dominante por aqui como foi na América do Norte, o TikTok brasileiro já possui alguns vídeos de apreciação ao aparelho.

@gasaizinha

Meu celular ideal #techgirl #programacao #blackberrykeyone

the one cunt - ??????

A sensação é de reencontro com uma era em que o celular servia mais para trocar mensagens com amigos próximos e menos para o caos das redes sociais.

Esse reencontro com o ado se conecta também a uma estética da geração millennial em alta: câmeras digitais compactas em festas, fotos com flash direto no rosto e layouts retrô no Instagram. É uma tentativa coletiva de desacelerar, ainda que sem abandonar totalmente o ambiente digital. O BlackBerry virou símbolo desse paradoxo: usar a tecnologia para se afastar da tecnologia.

Não se sabe se essa tendência vai durar ou se vai gerar uma retomada comercial de fato — desde 2018, a empresa se foca totalmente no segmento de softwares e serviços de segurança.

Atropelado pelo iPhone 3e5m49

Muito antes de virar febre entre jovens no TikTok, o BlackBerry foi sinônimo de status e eficiência no mundo corporativo. Criado por uma empresa canadense chamada Research in Motion (RIM), o aparelho ganhou destaque no final dos anos 1990 por oferecer algo revolucionário: e-mails em tempo real, com segurança e praticidade, graças ao seu teclado físico e à conexão sem fio.

Isso fez com que a marca se tornasse indispensável para executivos, políticos e celebridades — Barack Obama, Hillary Clinton e até Mark Zuckerberg estavam entre os fãs declarados. No auge, a empresa chegou a dominar mais de 50% do mercado americano de smartphones.

O BlackBerry também foi pioneiro em funções que hoje parecem banais, como navegação na internet, envio de mensagens criptografadas (via o icônico BBM) e bateria de longa duração.

Mas o avanço de rivais como o iPhone e os celulares Android, com suas telas sensíveis ao toque, câmeras avançadas e lojas de aplicativos, acabou empurrando a marca para fora do centro das atenções. A empresa tentou reagir com novos modelos e até licenciar o nome para outras fabricantes, mas nenhum esforço conseguiu frear o declínio. O e oficial aos aparelhos foi encerrado em 2022.

Estadão
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