Moradores avaliam chances enquanto tropas russas se aproximam de cidade ucraniana 62417
Vladyslav Solomko, um professor de francês de 29 anos, está tendo dificuldades para convencer seus pais de que seria melhor não estar em sua casa em Sumy caso as forças russas, que avançam rapidamente, capturarem a cidade no nordeste da Ucrânia. 4l86q
"Continuo pedindo a eles que saiam", disse Solomko nesta sexta-feira, em frente a um abrigo antiaéreo de concreto instalado na rua para proteger as pessoas dos ataques de drones e mísseis russos, que têm aumentado de intensidade.
Por enquanto, disse ele, seus pais não estão se mexendo. Mas acrescentou: "Se a situação piorar, não há discussão: teremos que ir embora".
Sumy, uma cidade com cerca de 250.000 habitantes, está localizada a apenas 25 quilômetros .da fronteira com a Rússia. Ela foi brevemente cercada pelas forças russas no início de 2022, quando lançaram sua invasão em grande escala da Ucrânia.
As forças russas logo se retiraram e, desde então, apesar de sua proximidade com a fronteira, Sumy tem estado relativamente tranquila, já que o foco dos combates tem sido mais ao leste e ao sul, em áreas que Moscou reivindica como suas sem ter controle total.
No entanto, isso mudou no início deste ano, quando forças russas atravessaram a fronteira. Desde o início de junho, seu avanço foi acelerado. Pessoas deslocadas de vilarejos distantes receberam refúgio em prédios públicos.
O avanço russo também significa que a cidade está agora ao alcance de sua artilharia. Em 3 de junho, quatro pessoas foram mortas e cerca de 30 ficaram feridas quando um foguete russo de curto alcance aterrissou no centro de Sumy.
Olha Kalchenko, de 29 anos, que está em licença maternidade de seu emprego como contadora, disse que a questão de ficar ou ir embora é agora um importante tópico de debate em seu círculo social.
"É um pouco assustador", disse ela, enquanto empurrava sua filha de sete meses, Oleksandra, em um carrinho de bebê.
"Sim, há pensamentos sobre ir embora, mas não há para onde ir, então ficamos aqui", afirmou.
"Enquanto eles (as tropas russas) estiverem um pouco mais distantes, ainda é possível viver aqui. Mas se eles se aproximarem, começaremos a pensar e a planejar a saída, isso é certo. Pelo menos eu e o bebê."
Mas outro morador, Sergiy Petrakov, de 63 anos, disse que permaneceria em Sumy, mesmo que as forças russas chegassem aos limites da cidade.
Ele disse que confiava nas forças armadas ucranianas para impedir o avanço russo e que estaria disposto a ajudar a construir barricadas e a manter postos de controle, acrescentando: "Acho que venceremos".
